Os empregos dos nossos filhos ainda nem sequer existem

Portugal ocupava, em 2022, a 16.ª posição do ranking dos países da UE com maior peso do emprego em setores tecnológicos e intensivos em conhecimento. Esta posição não nos pode chegar.

Estamos num momento da história em que a demografia nos diz que o mundo ocidental está a envelhecer e a sua população em declínio. Isso obriga a mudanças e uma delas implica que os seres humanos sejam lifelong learners.

Neste mundo em rápida mudança, as empresas estão cada vez mais atentas à necessidade de identificarem aquelas competências de que necessitarão a médio longo prazo e, por outro lado, aquelas que se tornarão obsoletas ou redundantes. Tudo isto tem e terá cada vez mais impacto no mercado de trabalho. E o que tem isto a ver com a educação? Tudo.

A dimensão das equipas, a organização das empresas, os processos e até os postos de trabalho têm sofrido alterações e assim continuará. O futuro passará por uma continua reformulação das lideranças, que terão de vencer o desafio de fazer face a um novo mundo de trabalho. Todos nós temos um papel importante a desempenhar. Somos nós os responsáveis pelo futuro que queremos.

Devemos ter como meta ver os nossos estudantes sair da escola com a certeza de que mundo é grande, que o medo não nos deve travar e que tudo é possível. Queremos que saibam como gerir a necessidade, a vida e os desafios. A mudança é constante, muitos dos empregos que vão encontrar ainda nem sequer existem. Os nossos jovens, assim como já acontece com os adultos, terão de ter a capacidade de se adaptar e ultrapassar situações num espírito de constante aprendizagem, que estará presente para o resto das suas vidas. Costumo dizer que os nossos estudantes são brave. São suficientemente brave para enfrentar o mundo e fazer a diferença. É disto que precisamos.

Precisamos de acreditar no futuro e, acima de tudo, de prepará-lo. Se o mundo mudou, o ensino tem de mudar. Acredito que podemos voltar a ser uma luz de esperança para um mundo complexo, se executarmos uma visão de futuro para Portugal. Caso contrário, corremos o risco de continuar a ser ultrapassados por muitas outras nações menos desenvolvidas. É tempo de abrirmos os olhos e lutarmos por algo diferente, num Portugal mais preparado para o mundo de hoje.

A educação — e não a escola — é o melhor plano para o crescimento económico de que Portugal precisa para se afirmar num mundo cada vez mais competitivo. De acordo com o relatório “Estado da Nação sobre Educação, Emprego e Competências em Portugal”, da Fundação José Neves, Portugal ocupava, em 2022, a 16.ª posição do ranking dos países da UE com maior peso do emprego em setores tecnológicos e intensivos em conhecimento. Esta posição não nos pode chegar, temos de ambicionar escalar posições neste ranking. Portugal tem de olhar para isto e preparar o futuro. Temos de saber ler estes dados e munir os nossos recursos humanos e os nossos jovens das ferramentas certas.

Como tenho defendido, o melhor plano para o crescimento económico é a educação. Se queremos um, temos de saber investir no outro.

Fonte: https://observador.pt/opiniao/os-empregos-dos-nossos-filhos-ainda-nem-sequer-existem/

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